Assim como a sociedade, o mercado de gestão de recursos humanos está adquirindo um novo perfil e gerando novas exigências de seus profissionais. Esse novo papel do gestor de recursos humanos busca criar um ambiente onde os funcionários se sintam engajados e motivados ao longo de todo o processo produtivo, e até fora dele.
No contexto competitivo das empresas modernas, o novo cenário técnico-organizacional pressupõe uma liderança baseada na motivação, felicidade e desenvolvimento de pessoal. Um estudo realizado pela Gallup, por exemplo, revelou que empresas com altos níveis de engajamento dos funcionários superam seus concorrentes em produtividade e lucratividade.
Nesse cenário, a gestão de recursos humanos assumem uma abordagem mais humana na administração do potencial de cada colaborador e desenvolvendo estratégias motivacionais. A seguir, vamos explorar sobre os desafios, dimensão, características e potencial do RH nos tempos atuais.
O novo cenário da gestão de recursos humanos
A modernidade e o ritmo acelerado das informações perpetuou uma nova visão de vida principalmente com os Millennials e a nova leva da Geração Z. Por isso, é importante compreender as diferenças entre essas duas gerações para criar estratégias eficazes de recrutamento, retenção e desenvolvimento.
Os millenials, nascidos entre 1981 e 1997, almejam principalmente um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e já se encontram no mercado de trabalho. Possuem um perfil mais ativo, inovador, curioso e criativo. Ou seja, amam um espaço dinâmico e interativo que propicie a fomentação dessas características.
Já a geração Z, os nascidos entre 1998 e 2010, buscam um rápido crescimento em suas carreiras. É a primeira a crescer totalmente imersa na tecnologia e com as informações bombando nas telas.É também um grupo que valoriza a diversidade e inclusão, por isso buscam autenticidade e propósito no trabalho.
Ambas as gerações preferem formas variadas de comunicação já que estão acostumados a mudanças rápidas devido aos avanços tecnológicos emergentes na evolução desses grupos.
Além disso, cresce no eu-profissional desse pessoal alguns pontos comuns: o anseio de consideração, de respeito, de novas experiências, de projetos pessoais, de perspectivas de crescimento e de consolidação de carreira. Há um aglomerado de motivações para exercer um ofício, nestes casos.
Diferentemente das outras gerações anteriores, em que o papel fundamental do salário era satisfazer as necessidades essenciais para sobreviver e manter um padrão de vida digno.
Hoje, o salário deixa de ser apenas um meio de subsistência, tornando-se uma parte integrante de um pacote mais amplo, que inclui benefícios emocionais e psicológicos.
O adeus às funções tradicionais
Nesse contexto dinâmico, onde as motivações individuais e aspirações pessoais desempenham um papel crucial, surge uma transformação significativa nas expectativas em relação ao trabalho. Os profissionais modernos buscam não apenas a estabilidade financeira, mas também o reconhecimento, a autonomia e a realização pessoal.
Essa mudança de paradigma nas expectativas profissionais impulsiona o “adeus às funções tradicionais” na gestão de recursos humanos, redefinindo seu propósito em um mundo profissional cada vez mais diversificado e orientado para o indivíduo.
A gestão de recursos humanos evoluiu. Se antes existia uma abordagem mais tradicional e focada em questões operacionais, como folha de pagamento, controle de ponto, manutenção de registros e conformidade legal, hoje há um papel mais estratégico e orientado para este desenvolvimento humano.
A prioridade é o desenvolvimento de pessoal, a inovação, a adaptação à mudança e a criação de ambientes de trabalho que promovem o crescimento contínuo dos colaboradores. Essa evolução reflete a compreensão crescente de que o capital humano é o recurso mais valioso para o sucesso a longo prazo das organizações.
A prioridade é o desenvolvimento humano, a inovação, a adaptação à mudança e a criação de ambientes de trabalho que promovem o crescimento contínuo dos colaboradores
Ou seja, essa nova ênfase vai além das operações diárias e burocráticas, reconhecendo que colaboradores engajados, felizes, capacitados e em constante desenvolvimento são essenciais para a competitividade e sustentabilidade organizacional.
Essa evolução também reflete a necessidade de as organizações se adaptarem a um ambiente de negócios em constante mudança, onde a agilidade, a inovação e a capacidade de atrair, desenvolver e reter talentos são fatores críticos para o sucesso.
Gestão do talento e cultura organizacional
O time de RH ou Gente e Gestão, como é chamada em diversas organizações, desempenha um papel fundamental no design e implementação de programas de desenvolvimento pessoal e profissional para fortalecer as funções discutidas acima.
Como dito anteriormente, reconhece-se que o capital humano é o recurso mais valioso para o sucesso a longo prazo das organizações, superando as atividades burocráticas diárias.
Para isso, os gestores buscam implementar estratégias de retenção específicas para manter os talentos dentro da organização. Isso pode incluir benefícios personalizados ou mais oportunidades de crescimento e reconhecimento.
Colaboradores engajados, felizes, capacitados e em constante desenvolvimento são considerados essenciais para a competitividade e sustentabilidade da cultura organizacional.
No contexto da gestão do talento, uma análise do LinkedIn Talent Solutions revelou que 94% dos profissionais afirmam que permaneceriam mais tempo em uma empresa que investe no desenvolvimento de suas habilidades.
Essa constatação destaca a relevância das estratégias de retenção de talentos implementadas pelos gestores de RH, que visam não apenas atrair, mas também manter os profissionais qualificados na organização.
Benefícios para além do tradicional
A análise de indicadores revela também que os benefícios oferecidos pelo RH se tornaram não apenas atrativos, mas fundamentais para a atração, desenvolvimento e retenção de talentos. Adotar benefícios para além do tradicional não apenas contribui para a satisfação dos funcionários, mas também pode ter um impacto positivo na reputação da empresa, na retenção de talentos e na fidelidade do cliente.
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Além dos tradicionais pacotes de saúde, férias remuneradas e planos de aposentadoria, observa-se uma busca por benefícios inovadores e personalizados.
Empresas que adotam uma abordagem mais abrangente, incorporando benefícios como flexibilidade no horário de trabalho, programas de bem-estar mental e físico e oportunidade de planejar e reservar férias, destacam-se como empregadores de escolha. A diversidade desses benefícios reflete a compreensão crescente da nova gestão de recursos humanos sobre a importância de atender às necessidades individuais e ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Além de influenciar a decisão de aceitar uma oferta de emprego, esses benefícios também impactam diretamente a produtividade e o engajamento dos colaboradores. Empresas que reconhecem e investem no bem-estar de seus funcionários colhem não apenas um ambiente de trabalho mais positivo, mas também resultados financeiros mais sólidos, uma vez que funcionários satisfeitos tendem a ser mais produtivos e comprometidos.
Portanto, o avanço na oferta de benefícios para além do tradicional não apenas acompanha as mudanças nas expectativas dos colaboradores, mas também se torna uma estratégia-chave para o sucesso sustentável das organizações no cenário atual, principalmente para a gestão de recursos humanos.