Em um mundo em constante mudança, prever o futuro com precisão pode ser uma tarefa desafiadora. No entanto, podemos observar tendências emergentes no setor de RH que nos ajudam a entender para onde estamos caminhando, especialmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. A força de trabalho deve se adaptar continuamente para se manter atualizada e valiosa no cenário atual e o Recursos Humanos deve acompanhar isso.
Em cinco anos, 44% das habilidades dos profissionais serão profundamente alteradas, conforme o estudo “Futuro do Trabalho 2023″, realizado pelo Fórum Econômico Mundial com o apoio da Fundação Dom Cabral. De acordo com o estudo, o avanço da adoção de tecnologia e o aumento da digitalização causarão uma significativa rotatividade no mercado de trabalho, por isso, cada vez mais as empresas estão se reestruturando na forma de engajar e educar o colaborador.
Além disso, segundo a “Pesquisa Work Reimagined Survey” recentemente lançada pela EY , “espera-se que a GenAI tenha um impacto descomunal no mercado de trabalho, nas carreiras e nos percursos de aprendizagem, e nas realidades do trabalho”.
A crescente aceitação e os desafios do trabalho remoto e híbrido
É inegável que o chamado “futuro do trabalho e suas idealizações” já perpassa por muitos pontos do nosso cotidiano com o advento da tecnologia de ponto e as inteligências artificiais. No ponto de vista do RH, as novas configurações de trabalho proporcionadas e intensificadas devido a pandemia da COVID19, remodelaram o “modus operandi” do antigo modelo presencial e de expediente.
De acordo com pesquisa HR Toolkit: 9 Future of Work Trends for 2024 da consultoria Gatner, os funcionários desejam continuar trabalhando permanentemente em um ambiente híbrido e/ou remoto, já que, segundo o estudo, os colaboradores “têm uma consciência mais nítida do que eles “gastam” para ir trabalhar”.
Com a crescente adoção de modelos de trabalho híbridos e remotos, surge então a necessidade de repensar as estratégias de engajamento e bem-estar dos colaboradores. A flexibilidade tornou-se um fator crucial para muitos e cada vez mais funcionários são independentes da localização que trabalham. As equipes virtuais são uma parte normal do “novo normal”.
Porém essa nova realidade trouxe consigo novos desafios, como o aumento do isolamento social, a dificuldade de separação entre vida pessoal e profissional e a necessidade de novas competências digitais. E o mais importante para o departamento de recursos humanos. Como engajar essa galera remota que chega já que estão longe dos escritórios? Afinal, apesar da “distância”, essas contratações também precisam ser coordenadas, motivadas e familiarizadas com a cultura corporativa da empresa.
É certo: engajar colaboradores remotos exige uma abordagem multifacetada que combine comunicação eficaz, promoção da cultura, suporte tecnológico e foco no desenvolvimento pessoal e profissional. A integração eficiente dos novos colaboradores remotos começa com um programa de onboarding bem estruturado.
Além disso, a designação de mentores ou “padrinhos” é fundamental para guiar os novos colaboradores e responder a perguntas durante os primeiros meses, facilitando a adaptação e integração.
Geração Z: uma nova mentalidade e personalidade na porta
A Geração Z, geralmente definida como aqueles nascidos entre 1997 e 2012, cresceu em um ambiente onde a tecnologia digital é onipresente. Essa familiaridade desde cedo com dispositivos móveis, internet de alta velocidade e redes sociais traz consigo uma mentalidade voltada para a tecnologia, valorizando a comunicação instantânea e a diversidade de experiências.
Esses jovens, nativos digitais, são acostumados a acessar informações e resolver problemas com agilidade por meio da internet e dispositivos móveis. Faz parte da resolução de conflitos recorrer ao buscador do sistema operacional do seus smartphones. Não é atoa que buscas como “Como” e “Por que” estão entre as palavras chaves mais pesquisadas do Google.
Essa nova mentalidade e personalidade reflete em suas expectativas em relação ao ambiente de trabalho. O papel do RH na integração da Geração Z é, portanto, multifacetado e estratégico também neste caso. Inicialmente, as práticas de recrutamento precisam ser atualizadas para atrair essa nova geração.Além disso, as descrições de vagas e campanhas de recrutamento devem enfatizar os valores de transparência, diversidade e flexibilidade que essa geração valoriza.
Outro fato importante que será pauta crescente no RH com a entrada desta juventude se diz sobre a saúde mental. Pesquisas e entrevistas com consumidores realizadas pela Consultoria McKinsey destacam grandes diferenças entre as gerações, mostrando que a Geração Z tem uma visão de vida menos otimista e níveis mais baixos de bem-estar emocional e social em comparação com gerações anteriores.
De acordo com a pesquisa, 25% dos participantes da Geração Z relatam altos níveis de estresse emocional, quase o dobro dos níveis observados entre a Geração X e os Millenials (13% cada) e mais do que o triplo dos níveis registrados pelos Baby Boomers (8%).
As empresas devem investir em capacitação que não apenas desenvolva habilidades técnicas, mas também competências sociais e emocionais, que são essenciais para o sucesso em um ambiente de trabalho colaborativo e diversificado. O RH deve ser um defensor ativo da saúde mental e do bem-estar. A Geração Z é mais aberta a discutir questões de saúde mental e espera que seus empregadores ofereçam suporte nesse aspecto.
A criação de um ambiente de trabalho inclusivo e diverso é outra responsabilidade crítica do RH. Políticas de inclusão que promovam a igualdade de oportunidades para todos os funcionários, independentemente de gênero, raça, orientação sexual ou outras características, são indispensáveis. A promoção de uma cultura de respeito e apoio mútuo não só atrai a Geração Z, mas também melhora a satisfação e a produtividade de todos os colaboradores.
Mudanças nas expectativas dos colaboradores e o “futuro do trabalho”
Um estudo conduzido pela Spring Health nos EUA descobriu que cerca de 80% dos funcionários expressaram sentimento de esgotamento com o trabalho. Um dos principais motivos seriam esse sentimento de valorização da capacidade de gerenciar seu próprio tempo e espaço de trabalho, buscando um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Os empregados anseiam por um ambiente de trabalho favorável, visando o prazer e a felicidade no exercício de suas funções. Tal ambiente pode elevar a moral, incrementar a eficiência e fomentar uma atmosfera de colaboração e apoio mútuo. Além disso, contribui para uma maior satisfação profissional e uma redução nas taxas de turnover.
No atual mercado de trabalho, onde a demanda por talentos é alta, os profissionais têm à disposição diversas oportunidades e tendem a escolher empregadores que promovam um ambiente de trabalho positivo. Ademais, uma cultura empresarial positiva pode tornar a organização mais atrativa para potenciais colaboradores e conferir-lhe vantagem competitiva diante dos concorrentes.
Além disso, cresce no eu-profissional alguns pontos comuns: o anseio de consideração, de respeito, de novas experiências, de projetos pessoais, de perspectivas de crescimento e de consolidação de carreira. Há um aglomerado de motivações para exercer um ofício, nestes casos.
As necessidades específicas deste novo pessoal com novos estilos de vida e da Geração Z sugerem que o RH aumentem o acesso e ofereçam serviços adequados e oportunos para este novo colaborador. Oferecer oportunidades de crescimento, desenvolvimento e benefícios inovadores mostra aos funcionários que seu empregador valoriza suas contribuições e investe em seu sucesso.
Atualmente, os colaboradores almejam um ajuste adequado entre suas vidas pessoais e profissionais devido aos impactos da pandemia, que afetaram diversos aspectos de suas rotinas. Muitos tiveram que conciliar o trabalho remoto com responsabilidades familiares, como o cuidado de filhos ou outros membros do lar, acarretando em pressões adicionais.
Um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional é outro atrativo na busca de uma vaga, por exemplo, já que quando a própria empresa o auxilia na gestão desses desafios, ela se mostra preocupada com sua saúde física e mental.
Por fim, os colaboradores anseiam por uma comunicação transparente e precisa no ambiente de trabalho, buscando estar cientes e participativos nas decisões que impactam suas vidas profissionais. Além disso, esperam uma liderança amigável e acessível, visando estabelecer uma relação positiva com seus superiores e sentir-se emocionalmente respaldados em suas funções.
Ao adotar essas premissas, as empresas podem criar um ambiente de trabalho que não só promove o bem-estar e o engajamento dos colaboradores, mas também impulsiona o sucesso organizacional.
Este artigo faz parte da série “A nova fronteira do engajamento” do Onhappy para as redes sociais . A curadoria de artigos tem a intenção de proporcionar uma visão abrangente e prática das tendências emergentes no futuro do trabalho e a importância da personalização dos benefícios corporativos. Os artigos são projetados para educar e inspirar profissionais de RH e líderes empresariais a adotar estratégias inovadoras que promovam o bem-estar e o engajamento dos colaboradores, como a adoção de viagens a lazer como parte do programa de benefícios.