No início de 2024, o Festival de Parintins viu suas pesquisas no Google crescerem em mais de 433%. O motivo? A cunhã-poranga do Boi Garantido, Isabelle Nogueira, entrou para o reality show Big Brother Brasil, o famoso BBB. A curiosidade pela nova participante da casa mais vigiada do Brasil e sua cultura amazonense fez com que o tradicional festival folclórico de Parintins ganhasse a mídia e potencializasse sua festa para novos públicos.
O festival, considerado patrimônio cultural do Brasil pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), é um dos maiores festivais regionais do mundo e encanta pela grandiosidade e rivalidade promovida pelo embate entre os bois Garantido e Caprichoso.
Conhece a música “Vermelho” da Fafá de Belém? Bom, a música também é uma referência ao Boi Garantido que é representado pela cor vermelha. Já o rival, o Boi Caprichoso, desfila usando o azul como cor principal. A rivalidade é tão intensa que até mesmo a Coca-Cola, tradicionalmente conhecida pelo rótulo vermelho, produz anualmente um rótulo azul especificamente para o festival, para não dar briga entre os caprichosos de plantão.
A grande festa dos bois-bumbás acontece na cidade de Parintins, quarto município mais populoso do Amazonas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade, que fica a 372 km da capital Manaus, também possui outras atrações naturais, como ‘praias de água doce’, lagoas e a majestosa floresta amazônica como plano de fundo.
Essas belezas naturais, combinadas com o espetáculo cultural do festival, fazem de Parintins um destino fascinante para visitantes de todo o mundo. Ao longo deste texto, exploraremos a fundo sobre os encantos culturais, artísticos e naturais da cidade de Parintins e é claro, um guia do que você precisa saber sobre o festival e a disputa entre bois.
Chegando em Parintins
Chegar em Parintins, localizada no coração da Amazônia, pode ser uma aventura por si só. Afinal, a cidade fica a mais de 300 km da capital do Estado e o acesso pode ser desafiador e cansativo, dependendo do transporte escolhido. Por isso, é crucial planejar a viagem com antecedência, especialmente se você pretende visitar a cidade durante o Festival, quando a demanda por transporte e hospedagem é muito alta.
A maioria dos visitantes primeiro voa para Manaus, que possui um aeroporto internacional com voos de várias partes do Brasil e do mundo. A partir de Manaus, há três principais opções para chegar a Parintins:
Durante o período do Festival Folclórico de Parintins, algumas companhias aéreas oferecem voos diretos de Manaus para Parintins. Esses voos são especiais e operam apenas durante o festival, então é importante verificar a disponibilidade e reservar com antecedência.
A maneira mais tradicional e desafiadora de chegar a Parintins é de barco. Existem várias opções de embarcações, desde barcos regionais a lanchas rápidas. As viagens de barco podem levar de 18 a 24 horas, dependendo do tipo de embarcação.Para quem prefere uma viagem mais rápida, as lanchas rápidas podem fazer o trajeto em cerca de 10 a 12 horas.
Ambas as modalidades, os barcos partem do porto de Manaus e oferecem uma experiência única, permitindo que os viajantes apreciem a paisagem do rio Amazonas e da floresta, cada qual com sua singularidade.
Outra opção é voar de hidroavião. Esta é uma maneira rápida e beeeeeem emocionante de viajar, oferecendo vistas aéreas espectaculares da floresta amazônica e dos rios. Os voos de hidroavião são mais caros, mas reduzem significativamente o tempo de viagem, se você não optar pelos barcos.
Transporte ok? Agora é hora de ver um lugar para dormir e se acomodar durante sua estadia em Parintins.
A cidade oferece alguns hotéis de médio porte e pousadas que proporcionam conforto e comodidades básicas para os viajantes, tendendo a ser mais acolhedoras e a oferecendo uma experiência mais familiar para os viajantes.
Outra opção são os famosos barco-hotéis, ou flutuantes, que oferecem a oportunidade de uma experiência autêntica na Amazônia, combinando acomodação com a beleza natural do rio Amazonas. Existem barcos para todos os gostos e bolsos, desde os mais chiques, com cabines amplas e suítes, até os mais simples, com as tradicionais redes e banheiros compartilhados.
Seja qual for a escolha de como chegar e de onde ficar, para atender diferentes orçamentos e preferências, o planejamento antecipado é crucial para garantir uma estadia confortável, especialmente durante o período do festival.
O que fazer em Parintins, para além do Festival
Antes de falar do Festival de Parintins, vale a pena comentar sobre a cidade além do azul e vermelho dos bois. Poderíamos encerrar este tópico destacando que Parintins está no meio da floresta amazônica e é banhada pelo Rio Amazonas; só esses dois fatos já oferecem milhares de motivos para visitar a cidade.
A vegetação, característica da região amazônica, consiste em florestas de várzea e de terra firme, cercadas por um relevo que inclui lagos, ilhotas e uma pequena serra. Além das belezas naturais, o município apresenta pontos turísticos e atividades que incrementam o destino.
Passeio de barco pelo Rio Amazonas e Rio Uaicurapá
O tradicional passeio de barco pelos rios da região é a melhor maneira para conhecer a flora e fauna amazônica. Assim como as opções de embarcações para se chegar até Parintins, há opções mais caras e outras mais baratas para se fazer o passeio por um dos rios. Os barcos navegam quase sempre no meio do leito do Amazonas (e não junto às margens), aproveitando a força da corrente.
Bumbódromo de Parintins
O palco do grande festival de Parintins vale a pena a visita para conhecer os bastidores desta imponente arena. Com capacidade para 25 mil pessoas, sua estrutura, vista de cima, remete aos chifres do boi e possui as arquibancadas coloridas de azul e vermelho. Hoje, o estádio funciona como um centro cultural, que além do festival, recebe diversas atividades culturais e artísticas ao longo do ano.
Catedral Nossa Senhora do Carmo
A atual Catedral de Parintins, construída a partir de 1958, é um marco histórico para a cidade e é ponto de referência para os moradores. A obra, assinada pelo engenheiro italiano Giovanni Butori e pelo Padre Jorge Frezzini, tem 42 metros de altura, 176 degraus e no topo da estrutura se encontra a imagem da Padroeira. Um destaque é a mistura de estilos arquitetônicos da construção que mescla a escola europeia com a cultura amazônica.
Currais dos Bois Garantido e Caprichoso
Se você quer mergulhar a funda na história e disputas dos tradicionais bois, coloque em seu roteiro uma visita aos currais dos bois. Nos locais é possível ver carros alegóricos, fantasias, fotos e a sala dos troféus que consagraram os bois ao longo do tempo. Em épocas que o festival não acontece, há eventos de música e dança nos espaços.
Lago Parananema
Entre os atrativos a serem visitados em Parintins estão os belos balneários naturais nas margens dos lagos da Ilha Tupinambarana. Nessas áreas, os visitantes podem se refrescar e praticar ecoturismo, desfrutando de passeios por trilhas aquáticas e até mesmo de pesca recreativa. Um ponto importante é que todos os passeios são acessíveis por meio terrestre e fluvial.
Praia de Itaracuera
Apelidada de “Caribe Parintinense”, a Praia de Itaracuera, banhada pelo Rio Uaicurapá, se estende por mais de 1 quilômetro e é popular tanto entre os visitantes quanto entre os parintinenses. Embora seja mais frequentada durante a vazante, de agosto a fevereiro, ela atrai pessoas ao longo de todo o ano, por suas ilhas de areia branca, águas límpidas que lembram o Rio Negro e uma imponente floresta ao redor.
Balneário Cantagalo
Localizado na comunidade do Aninga, o local oferece uma infraestrutura completa com píer, quadras de areia para futebol e voleibol, além de uma praça de alimentação. Há também um palco para shows e um bosque destinado a acampamentos. Durante o Festival Folclórico, o balneário é palco de apresentações das toadas dos bois Caprichoso e Garantido.
Com vocês, o Festival de Parintins
Realizado anualmente no último final de semana de junho, conforme decreto por lei municipal, o Festival de Parintins é um dos maiores espetáculos populares do Brasil, celebrando a cultura do boi-bumbá. O evento marca a disputa entre o Boi Caprichoso (azul) e o Boi Garantido (vermelho) em uma batalha de dança, música, cores e alegorias.
A grande festa é uma celebração da cultura amazônica e uma plataforma para a valorização das tradições indígenas, das lendas e mitos da região, e da rica biodiversidade da Amazônia. As apresentações frequentemente abordam temas ecológicos, sociais e políticos, destacando a importância da preservação ambiental e do respeito às culturas indígenas.
O primeiro festival aconteceu em 1965, inicialmente como uma forma de angariar fundos para a Catedral Nossa Senhora do Carmo. No entanto, os tradicionais bois não participaram da festa, sendo convidados apenas dois anos depois. O vencedor da competição naquela época era decidido por palmas, e foi nesse momento que nasceu a rivalidade entre os bois Caprichoso e Garantido.
Atualmente, as apresentações acontecem no Bumbódromo e cada boi tem um tempo determinado para se apresentar e é julgado em diversos quesitos, como a beleza das alegorias, a qualidade das toadas (músicas), a performance dos itens individuais (como o levantador de toadas, a porta-estandarte, o pajé e a cunhã-poranga (personagem interpretado pela ex-BBB Isabelle Nogueira no Garantido) e a criatividade na apresentação dos temas.
O Boi Garantido é a associação folclórica com mais títulos, totalizando 32 troféus, enquanto seu rival, o Boi Caprichoso, possui 25. Durante as apresentações, a arquibancada do Bumbódromo é dividida entre dois setores: o azul e o vermelho. Durante a apresentação de um boi, é proibido que a torcida do boi rival faça gritos, vaias ou outros sons para não atrapalhar o show. Além disso, as luzes se apagam para destacar a cor do boi que está se apresentando no momento.
A rivalidade entre os bois é tão intensa que algumas marcas com o vermelho como cor principal, como Brahma, Bradesco e Coca-Cola, produzem produtos e decoram suas lojas em azul durante o festival, adaptando-se às preferências da torcida local.
Em 2024, o Festival, que no ano passado movimentou R$ 146 milhões na economia local, deve atrair mais de 120 mil turistas para a cidade manauara.
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